sexta-feira, novembro 21, 2008

Vida Post-Mortem

A cada amor, um fantasma,
A cada fantasma, um desassossego,
Se eu contasse meus medos,
Você também não dormiria.

Amores quando se acabam,
Podem atemorizar,
São atos não terminados,
Pois permanecem na eternidade.

Vive-se um grande amor,
Muito depois de seu fim,
Porque amor é isso:
Viver o que se ama,
A cada momento,
E a todo momento.

terça-feira, setembro 23, 2008

Morre o Burro...

Uma forte dor se instala no peito,
As mãos trêmulas,
A respiração ofegante,
A cabeça febril,
E o delírio pressuposto, se torna realidade.

A última escolha,
Como única saída,
É correr. Correr para o inseguro!
Buscando nele alguma segurança,
Já que o passado, como o prometido,
Não regressou.

As derradeiras energias,
Foram gastas nos últimos passos,
Tendo chegado ao fim,
Acaba-se a fé.

E as penosas amarguras,
Somente são sanadas,
Com uma dose de whisky Blue Label.

quinta-feira, agosto 14, 2008

Fantasmas Tapatíos – Poesias do México II


En las calles de Guadalajara,
Jamás se camina solitario.
Hay siempre un ojo a mirar.
Y con mucha atención es posible percibir,
El sonido de algunos pasos más…

¡Mismo llena de personas, que todavía viven,
Se puede decir que esta es una ciudad fantasma!
Todas las edificaciones expresan esta animosa calidad.

Con una pequeña caminada sin destino cierto,
Es posible encontrar con un viejo fantasma francés,
Cantando con tristeza La Marseillaise,
Pues se murió debido a las batallas contra la dominación.

Llegando en algunos puntos famosos, como el hospital,
Entre uno y otro escalofrío,
Se ve los nuevos fantasmas saliendo de sus camas y de sus dolores,
Para observaren maravillados el mural de Orozco,
Que es un retrato de su nuevo camino a seguir.

Un poquito más adelante, después de salir de allí,
Existe un cementerio, adonde todos los fantasmas tapatíos,
Se reúnen para asombrar y festejar la vida post-mortem.
Pues que la vida siempre hay que ser festejada,
Mismo que ya no se viva más.

Ya en otro punto de la ciudad,
Lejano de la agitación del cementerio,
En la Plaza de los Hombres Notables,
Siempre se ve los más preeminentes fantasmas:
Unos jugando con los canes de la Casa de los Perros,
Otros haciendo proyectos para mejorar la vida de la población,
Intentando formular una solución,
Para el retorno de olor de tierra mojada que había en la ciudad,
Y que hoy también es un fantasma.

En el hospicio se escucha el sonido de los platos tirados al suelo,
De los niños que se murieran de hambre,
Por no consiguieran llegar en tiempo,
A la mesa del gran salón.

Y por fin,
En los puntos alrededores de la ciudad,
Se percibe el olor de humo y el sonido típico,
Del tren fantasma, que lleva sus pasajeros,
A su destino final.

Pero todos estos fantasmas,
Mismo que sean muy activos,
Ya están muertos.
Y no pueden hacer nada más,
Que seguir "viviendo" en Guadalajara.

Los verdaderos fantasmas, que me atormentan,
Por muchas noches,
Son los fantasmas que nacieran para mí,
Mientras estaba en esta ciudad fantasma.

Lo peor de estos fantasmas tapatíos,
Es que ellos tienen una especialidad,
No pueden liberarse de su pena,
Porque nunca vivieran,
Apenas están en mi mente.

Y para exorcizarlos, y quitarlos de la oscuridad,
Lo que necesito es algo puro y claro,
Puro y claro como la verdad.

segunda-feira, junho 30, 2008

Criando Caso

Quando eu era criança,
Cheguei a pensar,
Que o masculino de dona-de-casa,
Seria dono-do-caso.

Quanto erro em minha mente infantil!

Depois da libertação feminina,
O único caso que conheço,
É o que elas criam...

[agora me dêem licença que tenho de esfregar o chão!]

sexta-feira, maio 23, 2008

Teu sorriso, meu caminho

Pensava eu,
Antes do princípio,
Que o fim já havia chegado,
Não havendo mais nada debaixo do céu.

Porém, como diz o ditado:
Tudo somente acaba,
Quando termina.

E mal sabia eu,
Que ainda havia tudo a começar:

Antes de tudo: um sorriso.
Sinal de felicidade.
Tanto sua,
Quanto minha.

Gesto que, sem dúvida,
Cativa a todos aqueles,
Que o miram a primeira vez,
A segunda, a terceira, a quarta...

Dizem alguns, que os olhos são a janela da alma,
Mas em seu caso,
Acredito que seja teu sorriso.
Porque demonstra o início de ti.

Não havendo nada mais sutil que as pequenas (ou “mini”) covinhas,
Que aparece com o sorriso,
Trilhando os caminhos,
Que sem querer,
Resolvi seguir e com isso me perder,

Outro modo de perder-me,
Que te sorriso me levou,
Foi passar alguns poucos minutos,
Em uma boa conversa,
E com alguns passos de dança.

Observando assim,
Que tudo o que era exprimido,
Naquele sorriso,
Passar a ser sinal verdadeiro,
Da presença da alegria.

E cada vez mais,
Fui me enveredando,
Em suas passagens,
Que a esta altura,
Já não são somente suas,
Porque passaram a ser minhas também.

E depois de breves conversas, olhares e passos,
Vieram, os carinhos, os afagos e os beijos.
Que nem mesmo a chuva pôde atrapalhar.

E ao final dessa trajetória,
Ainda me restou um mimo.
Algo, talvez involuntário,
Mas, sobretudo, marcante.

Como forma de recordar,
Tudo o que havia acontecido,
Ainda deixa em minhas roupas,
E em meu corpo,
Um pouco de ti: teu perfume.

Para que eu não possa me esquecer de ti,
E ainda fantasiar e planejar,
Novos encontros...

Teu aroma, impregnado em mim.
É, hoje, o que me faz acreditar,
Que o futuro está presente.
Pois me leva ao começo,
E não mais preciso,
Viver meu final.

Entretanto, ele apenas dura,
Poucos minutos,
O que me leva sempre,
Retomar todos os teus caminhos novamente.

Teu perfume te representa,
Quando não mais segues comigo.

É a eternidade fugaz,
Assim como são fugazes,
E por isto mesmo, eternos,
Todos os gestos de amor.

(Deticado à e inspirado por Daiane dos Santos)

sexta-feira, abril 11, 2008

O Astrolábio

Instrumento naval,
Inventado por Hiparco de Nicéia.
Utilizado para guiar as navegações.

Sua forma arredondada,
Demonstra grande solidez.
Indispensável para suportar,
As intempéries marítimas.

Ele como um todo,
É até bem útil.
Mas já há tempos,
Foi substituído pelo sextante.

Melhor então,
É reinventá-lo.
Dar-lhe uma nova feição.

Ao invés de ser redondo.
Seria mais interessante,
Se o dividíssemos,
Em duas metades.

A primeira,
Estaria voltada para cima,
Para os astros.
A segunda, aqui na terra,
Para os lábios.

E assim, tudo se encaixaria,
Num tremendo prazer:O astro lábio, minha língua vermelho mercúrio e o céu da sua boca!

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Não Me Negue Seus Olhos

Não me negue seus olhos.
Que me iluminam,
Retirando-me da escuridão,
Que me foi trazida pela noite.

Não me negue seus olhos,
Pois tentei substituí-los pela lua,
E não fui bem sucedido.
Já que não é em todas as noites,
Que a lua se mostra iluminada.
E sua face escura,
Reflete o meu pesar.

Não me negue seus olhos,
Nada mais me vê como eles,
E sem eles eu não existo.

Não me negue seus olhos,
Porque sem eles,
Eu apenas insisto.

Não me negue seus olhos...

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Os Olhos de Minha Viagem - Poesias do México I


Por certo foi uma viagem solitária,
[a maior parte dela]
Como solitária também é a vida.
E a vida é uma grande aprendizagem.
Porque a cada experiência, ganha-se um novo olhar.

E não se pode mirar nada sem os olhos.
Ferramenta indispensável para o olhar,
Auxiliando-nos em nossas visões de mundo.

Vemos cada coisa com os olhos que temos...
Mesmo se não tivermos nenhum.

Um olhar que me marcou em todo México,
Além de todos os olhares dos mestiços mexicanos,
Foi a do deus Chaac...
Que com seus olhos de tormenta e furacão,
Era o mais reverenciado dos deuses de Yucatán.

Era sem dúvida um olho feroz!
Que bisbilhotava cada ação de seu povo.
A ver se todos estavam cumprindo com suas determinações.

Se a resposta fosse positiva, seria um ano de fartura,
Se fosse negativa, iriam todos penar com diversas desgraças climáticas.

Mas em minha opinião,
Chaac se olvidava de compaixão.
A característica divina por excelência!

Creio que todos aqueles que se candidatam a deuses,
Deveriam ter como pré-requisito inicial a compaixão.
Sem ela, sua visão sofre de cataratas,
Tormentas e furacões.

A meu ver a compaixão é a lente da verdade.
Sem ela somente existe mentiras.
Como as centenas de mortes, pedidas em sacrifício,
Ao nosso deus sanguinário.

Quantas mortes, quanto sangue, quanta mentira!

Peço a Chaac que compre rapidamente seus óculos,
Porque assim não há vida que agüente.
Vivemos entre a chuva e o sol quente...
Dependendo de seu olhar absoluto.

Te imploro, por seu olhar:
Tenha compaixão de nós,
Acabe com essa mentira,
E mostre-nos a verdade.

Aquela verdade que seus olhos ainda não podem ver!