sexta-feira, junho 26, 2009

Dois Botões em Flor.

Encontravam-se numa mesma planta,
Dois botões em flor distintos.
Um era velho, mas pensava que era novo.
Outro era novo e sabia, realmente, que o era.

Com a chegada do inverno,
Esses dois botões,
Por ironia do destino,
Tocaram-se levemente.
Desencadeando dois tristes acontecimentos.

O botão velho que pensava que era novo,
Se corroeu por dentro, mas ainda permaneceu,
Com sua aparência externa.

O botão novo, que sabia que era novo.
Foi consumido de fora para dentro.
Não restando mais nada,
De seu potente aspecto.

Em resumo:
O botão novo nasceu abortado,
E o botão velho segue morto.

Demonstrando a nós como a vida pode ser destruída de várias maneiras.

(Baseado em fatos reais.)

segunda-feira, junho 01, 2009

Poderia ser tudo isso, Ou Dissonante.

Poderia ser pela distância,
Já que um oceano nos separa.
Poderia ser pelo tempo,
Já que o calendário não nos favorece.
Poderia ser pela infidelidade,
Já que fatalmente encontraremos outras pessoas.

Mas não, na verdade não é nada disso.
Não é por mim, nem por você.
Muito menos pelo término de nossa relação,
Pelo fim de nosso fulgurante e longínquo amor.

Bem, na verdade, na pura e absoluta verdade,
Estou mentindo e me desdigo desde já,
É por todos esses fatos incluídos e sintetizados,
Num único instrumento simbólico.

Um violino,
Que apenas toca uma nota,
Um tortuoso e dilacerante dó.
O dó que todos nós sentimos no peito,
Quando um amor tão grande assim se finda.

(Dedicado à Carla Martins)