terça-feira, dezembro 19, 2006

A Mágica das Férias

Férias!
Sem dúvida é um momento mágico.
Quando os calendários se transformam.
Todos os dias passam a ser domingo,
E todas as noites são noites de sexta-feira.

Não há mais tempo,
Porque se tem todo o tempo do mundo.

sexta-feira, novembro 17, 2006

A forma

A forma,
Reforma,
Deforma,
Transforma,
Informa,
Conforma,
E forma.

segunda-feira, outubro 30, 2006

Caminhada Melancólica

Era triste a minha vida,
Caminhava solitário pela estrada de pedra,
Com os meus pés descalços,
Sentindo toda a concretude do mundo.

Minha melancolia era observar o caminho já percorrido,
Não me importando com o ponto de chegada,
Apenas me pós-ocupava com o ponto de partida.

Não sei bem se por medo ou por precaução,
Mas meu objetivo futuro era voltar ao passado.

Até que...,
Bem, até que em meu caminho,
Encontrei você,
Eis que surge um novo ponto de partida,
Pois foi como se eu me reencontrasse.

Sem dúvida, diferente do meu passado,
Pois o futuro modifica as pessoas,
E de um modo diverso me encontrei em você.

Então minha melancolia melancoleu,
Já não me preocupava mais com o ponto de partida,
Porque, de algum modo, estou vivendo-o passo por passo.

Sem passado ou futuro, porque és o meu presente.

terça-feira, setembro 05, 2006

Meus sonhos, minha vida.

Onde vivo na realidade?
Se antes de acordar realizo todos os meus anseios.
E quando me desperto,
Vejo que tudo não passou de uma grande quimera.

Com o passar do tempo,
Desisti de meus sonhos infantis:
Aqueles em que eu voava,
Conversava com os animais,
Tinha super-poderes,
Ou simplesmente prolongava noite à dentro,
Minhas brincadeiras diurnas.

Ano após ano,
A fantasia se enchia de realidade,
Aquelas ilusões da infância,
Foram contaminadas pela rotina.
Não mais como continuação dessa,
Mas como resolução de meus enigmas diários.

Daqueles problemas que não consigo,
Resolver nas horas que passo acordado.
Nas poucas horas em que me deito na cama,
Vejo todos eles definidos.
Não de maneira mágica,
Mas por minhas próprias ações.

Hoje, no meu mundo dos sonhos,
Posso ir a Europa e voltar, antes que acorde,
Trocar idéias e afetos com pessoas que estão longe,
Superar todos os meus medos e dizer: eu te amo.
Aspirar à felicidade querida na realidade.

Minha indagação não é sobre o sonho ou o real,
Mas a que mundo eu pertenço, em qual sou livre.
Talvez fosse melhor não tornar absoluto,
Nenhuma dessas duas realidades,
Mas acolher o melhor das duas.

Se um dia eu alcançar,
Essa consonância,
Descobrirei categoricamente o meu lugar,
Entre o sonho e o real; ou seja: a poesia!

sábado, agosto 12, 2006

Amizade

Se o amor com todos os seus empecilhos,
É o maior dentre dos sentimentos,
O que dizer então da amizade?

Nascida já em nossa infância,
Ao longo de toda a vida,
Torna-se cada vez mais verdadeira.
Até sua maturidade.

Indispensável em todas as horas.
A amizade retira-nos de nós,
Para darmos a outrem.
E quando é preciso,
Nos dá um obro amigo.

Se há uma vida infeliz,
Com certeza é uma vida sem amigos...
Sem alguém para compartilhar as idéias,
Trocar presentes,
E almoçar juntos algumas vezes.

Aquele que não consegue encontrar um amigo,
É porque não está procurando com devida atenção,
Se buscamos na amizade o oposto de nós,
Assim como no amor,
Não a encontraremos.
Se pelo contrário,
Procurarmos pelo idêntico.
Tampouco vamos achar.

Uma amizade plena,
Não se faz com o oposto,
Pois isso será amor,
Não se faz também com o idêntico,
Pois isso equivale a egoísmo.

A amizade,
Para ser verdadeira,
Basta uma coisa simples,
Que ela complemente o nosso ser.

Porque fazer amigos,
É o melhor jogo que existe
E cada amigo feito,
É mais um ponto na vida.

quarta-feira, julho 05, 2006

A Paixão

A paixão,
É como um espirro:
Vem com uma vontade insuportável,
Porém logo se supera,
Seguido a uma sensação de alivio.

Bem como essa poesia!

segunda-feira, maio 08, 2006

Tempos de música

Hoje, assim que acordei,
Resolvi ligar o rádio.

Estava com saudades...

Aleatoriamente as músicas,
Me foram chegando,
Uma a uma...
Cada qual com seu compasso.

De repente,
Assim como se meu coração fosse aberto,
Nossa canção entrou no ar!
E meus pensamentos foram com ela...

Recordando cada instante em que estivemos juntos,
Criando outros que poderiam ter acontecidos,
Reinventei nossa relação!

Não foi preciso muito,
Para reviver o nosso tempo!
Enquanto começavam as primeiras notas,
Lembrava-me dos nossos primeiros sorrisos.

O tempo da memória,
É o tempo da música,
A canção é nossa memória externa,
As nossas lembranças eternas!

Mas com o fim da melodia,
Pensava eu que seria o fim das recordações,
Eu estava enganado!

O tempo das canções assim como o da memória,
Não está preso ao tempo real,
Percorre o imaginário.

Imagine só,
Nossa música tocando novamente!

terça-feira, abril 04, 2006

Mulher Em Seu Acidente

Muitos acreditam,
Que as mulheres são complicadas.
Mas eu particularmente,
Creio que elas são todas iguais.

Obviamente cada uma tem,
Suas próprias particularidades,
Diferenciando entre si,
Apenas nos adjetivos.

Existem aquelas que:
Que nos fazem chorar,
E as que choram demais,
As que gostam de amar,
E as que só olham para traz.

Há também,
Aquelas que em tudo reclamam,
Outras que só querem nosso bem,
Outras que dizem que nos amam,
Mas só quando lhes convém...

Umas que gostam de carinho,
Outras só em alguns momentos,
Porém todas arranjam um jeitinho,
De permanecer em nossos pensamentos!

Enfim...
As características femininas,
São infindas.
Mas de uma coisa elas não abrem mão.

De sentir ao menos uma vez,
O amor que tanto buscam,
Pois as mulheres nascem para se dar,
Vivem desejando...
E morrem todas de amor!

sábado, março 04, 2006

AMOR SOL, PAIXÃO LUA.

Olho os primeiros raios de sol,
Despontando pela manhã...
Assim como o pôr do sol,
E toda a sua trajetória.

Muitos pensam na lua,
Como reflexo da paixão,
Sem dúvida esse pensamento,
É correto.

Por isso opto pelo sol.

A lua reflete a luz do sol,
Captando a sua energia,
E repassando-a para nossos olhos.

Porém...
Quero algo mais concreto.
Diria até mais direto!

Nada mais direto que o amor,
Nada mais concreto que o sol.

A lua é para o sol,
O que paixão é para o amor.

Para quem busca se cegar de amor,
Não deve se contentar,
Com o lume faiscado da paixão.

Sua única opção é olhar para o sol,
E sentir seus raios quentes,
Ruborizando sua face,
Assim como sua face se avermelha,
Quando se encontra um amor.

Para aqueles que almejam essa ocasião,
Dou-lhes apenas duas recomendações:
1) Não é necessário fazer uso de protetor solar;
2) Tampouco de óculos escuros.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Velas e Flores; Homens e dores

Em toda minha vida,
O meu sonho era ficar só.
Entretanto nem nos meus sonhos,
Pude realizá-lo.

O contato com as pessoas,
Causa-me repulsa.
Minha antropofôbia é evidente.

Vivia em um quarto escuro,
Em uma casa de um quarto.

Nunca tive uma foto para recordação,
Tampouco tive memórias.
A única coisa que guardo,
Sou eu mesmo.

Prefiro o mundo ao meu jeito,
Que um mundo com defeito.

Em minha casa dividia espaço com as flores,
Objetos que vivem por si,
E que quando morrerem não agonizam.

Somente saia de casa,
Para comprar minhas velas,
Já que não gostava do homem da conta de luz,
E para comprar mel.
Um alimento que não se estraga,
E não é feito por homens!

Mas num dia,
Quando uma de minhas velas caiu,
Em minhas anotações,
Um incêndio ocorreu!

Pude enfim realizar meu sonho...

Hoje não preciso mais de mel,
E as velas, como flores, não me faltam.

Vivo do jeito que sempre quis.
Sem o auxílio dos homens,
Porque viver fugindo deles,
É ir de encontro à morte...

sábado, janeiro 14, 2006

Entre Portas e Livros

É interessante perceber,
A relação entre portas e livros.

Esses dois objetos,
Levam consigo,
A perspectiva do futuro.
Por estarem aprisionados,
Ao verbo e ação abrir.

Todas as portas e todos os livros,
Somente passam a existir realmente,
Quando os abrimos.
Antes disso eles permanecem fechados,
Assim como nossos olhos.

Uma porta,
Estando disposta a se abrir,
Ou seja, que não esteja trancada.
É, inegavelmente, uma chance para o porvir.
Porque não é somente aquela porta que se abre,
Mas uma gama de oportunidades.
Um cômodo desconhecido,
Mesmo que vejamo-lo todos os dias.

Um livro,
Por si só, já emana seu mistério,
Não se deve julgá-lo pela capa.
Muito menos por um título.
O título de um livro é para o leitor,
Nada mais que um preconceito.
Pode muitas vezes auxiliar na trilha vindoura,
Porém outras vezes somente dificulta o seu caminho.

Entre portas e livros,
Há uma relação interessante,
Que nos aponta para o futuro,
Um futuro que nos dá medo,
Porque é desconhecido.

Entretanto abrindo os olhos, maçanetas e capas,
É possível encontrar o que se procura,
Indo até uma estante abrindo um livro,
E o lendo até a pagina dois,
Porque um amor para ser amor,
Não precisa estar distante.

terça-feira, janeiro 03, 2006

Pequenos Amores

No principio havia dentro de mim,
Uma aspiração enorme de encontrar,
A grande paixão!

Daquelas que embriaga o homem...
Que nos faz perder a cabeça
Mas encontrar o coração.

Dessas sem eira nem beira,
Que se conhece o começo,
Mas não se sabe nunca qual será o final,
Porém quando este chega...

Mais fatal que uma ressaca!
É o seu dia seguinte.

Muito pior que a ressaca porque,
Ao invés da terrível dor de cabeça,
Quem sofre é o coração.

E para a nossa desgraça,
Não inventaram um engove,
Para a paixão!

Mas o tempo foi passado,
Assim como a embriages,
Fui me tornando mais responsável,
Deixando de beber no copo de uma paixão ardente.

Hoje reabilitado,
Sei que o saldo de uma grande paixão,
É negativo, por sua ressaca,
O mal que ela traz,
É infinitamente pior que o seu uso!

Por isso mudei meus hábitos,
Não busco mais uma grande paixão,
Minha busca é por sutilezas,
Dessas que não nos maltratam tanto,
E não são tão intensas!

Agora apenas quero me deliciar,
Com meus pequenos amores!