sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Velas e Flores; Homens e dores

Em toda minha vida,
O meu sonho era ficar só.
Entretanto nem nos meus sonhos,
Pude realizá-lo.

O contato com as pessoas,
Causa-me repulsa.
Minha antropofôbia é evidente.

Vivia em um quarto escuro,
Em uma casa de um quarto.

Nunca tive uma foto para recordação,
Tampouco tive memórias.
A única coisa que guardo,
Sou eu mesmo.

Prefiro o mundo ao meu jeito,
Que um mundo com defeito.

Em minha casa dividia espaço com as flores,
Objetos que vivem por si,
E que quando morrerem não agonizam.

Somente saia de casa,
Para comprar minhas velas,
Já que não gostava do homem da conta de luz,
E para comprar mel.
Um alimento que não se estraga,
E não é feito por homens!

Mas num dia,
Quando uma de minhas velas caiu,
Em minhas anotações,
Um incêndio ocorreu!

Pude enfim realizar meu sonho...

Hoje não preciso mais de mel,
E as velas, como flores, não me faltam.

Vivo do jeito que sempre quis.
Sem o auxílio dos homens,
Porque viver fugindo deles,
É ir de encontro à morte...

2 comentários:

Anônimo disse...

só p/ fazer parte do ethos:
gosto de poesia assim...
naum sei porque..
mas gosto...
...
...
...
beijos Manu

Dakini disse...

"É ir de encontro à morte..."

El resplandor ciega a poetas que descienden a infiernos más que dantescos, a los infiernos de la palabra misma. El encuentro con la muerte es esa pequeña tejedora que te entierra no solo en el mundo mismo, sino en el canto.

Nota: ...Y la muerte sabe bailar...

Te extraño

Besos infinitos