Em toda minha vida,
O meu sonho era ficar só.
Entretanto nem nos meus sonhos,
Pude realizá-lo.
O contato com as pessoas,
Causa-me repulsa.
Minha antropofôbia é evidente.
Vivia em um quarto escuro,
Em uma casa de um quarto.
Nunca tive uma foto para recordação,
Tampouco tive memórias.
A única coisa que guardo,
Sou eu mesmo.
Prefiro o mundo ao meu jeito,
Que um mundo com defeito.
Em minha casa dividia espaço com as flores,
Objetos que vivem por si,
E que quando morrerem não agonizam.
Somente saia de casa,
Para comprar minhas velas,
Já que não gostava do homem da conta de luz,
E para comprar mel.
Um alimento que não se estraga,
E não é feito por homens!
Mas num dia,
Quando uma de minhas velas caiu,
Em minhas anotações,
Um incêndio ocorreu!
Pude enfim realizar meu sonho...
Hoje não preciso mais de mel,
E as velas, como flores, não me faltam.
Vivo do jeito que sempre quis.
Sem o auxílio dos homens,
Porque viver fugindo deles,
É ir de encontro à morte...
sexta-feira, fevereiro 17, 2006
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
só p/ fazer parte do ethos:
gosto de poesia assim...
naum sei porque..
mas gosto...
...
...
...
beijos Manu
"É ir de encontro à morte..."
El resplandor ciega a poetas que descienden a infiernos más que dantescos, a los infiernos de la palabra misma. El encuentro con la muerte es esa pequeña tejedora que te entierra no solo en el mundo mismo, sino en el canto.
Nota: ...Y la muerte sabe bailar...
Te extraño
Besos infinitos
Postar um comentário