sexta-feira, janeiro 11, 2008

Os Olhos de Minha Viagem - Poesias do México I


Por certo foi uma viagem solitária,
[a maior parte dela]
Como solitária também é a vida.
E a vida é uma grande aprendizagem.
Porque a cada experiência, ganha-se um novo olhar.

E não se pode mirar nada sem os olhos.
Ferramenta indispensável para o olhar,
Auxiliando-nos em nossas visões de mundo.

Vemos cada coisa com os olhos que temos...
Mesmo se não tivermos nenhum.

Um olhar que me marcou em todo México,
Além de todos os olhares dos mestiços mexicanos,
Foi a do deus Chaac...
Que com seus olhos de tormenta e furacão,
Era o mais reverenciado dos deuses de Yucatán.

Era sem dúvida um olho feroz!
Que bisbilhotava cada ação de seu povo.
A ver se todos estavam cumprindo com suas determinações.

Se a resposta fosse positiva, seria um ano de fartura,
Se fosse negativa, iriam todos penar com diversas desgraças climáticas.

Mas em minha opinião,
Chaac se olvidava de compaixão.
A característica divina por excelência!

Creio que todos aqueles que se candidatam a deuses,
Deveriam ter como pré-requisito inicial a compaixão.
Sem ela, sua visão sofre de cataratas,
Tormentas e furacões.

A meu ver a compaixão é a lente da verdade.
Sem ela somente existe mentiras.
Como as centenas de mortes, pedidas em sacrifício,
Ao nosso deus sanguinário.

Quantas mortes, quanto sangue, quanta mentira!

Peço a Chaac que compre rapidamente seus óculos,
Porque assim não há vida que agüente.
Vivemos entre a chuva e o sol quente...
Dependendo de seu olhar absoluto.

Te imploro, por seu olhar:
Tenha compaixão de nós,
Acabe com essa mentira,
E mostre-nos a verdade.

Aquela verdade que seus olhos ainda não podem ver!