Nestas minhas futuras palavras,
Quererei, assim espero,
Tratar ou retratar,
Do histórico do medo.
Analisarei o passado,
Um passado tão passado,
Que passa pelo pretérito,
Perpassando nosso arquétipo,
Deixando o tipo para traz,
E chegando ao arqué.
Quando o homem ainda não se percebia,
Enquanto homem de fato.
Por ser tão emancipado,
Não tinha vinculo algum.
E por isso sentia medo de tudo.
Cada rio de sol,
Queimando a pele do rosto,
Era aterrorizante.
Como saber se esse raio de sol,
Não era um bocado de fogo,
Que se alastraria por todo seu corpo?
Ou então, se apagaria num instante,
Impondo a ele o frio de uma noite eterna?
Prontamente, este descentrado homem,
Ungira o sol como seu rei supremo,
Seu primeiro deus.
Que retorna em cada amanhecer.
Neste momento o homem intimida-se pelo sol,
Ou seja, se tornando intimo dele,
Ao invés de temê-lo.
Assim aconteceu a primeira revelação de Deus!
Com a descoberta de um deus,
O homem encontra um caminho,
Uma fuga de todos os seus males.
Cada medo, um a um,
Foi oferecido nas mãos de Deus.
Todos os seus receios,
Foram divinizados.
Para que o medo não o dominasse.
O último medo foi vencido,
Quando Deus veio até nós,
Para salvar-nos do medo da morte.
Dando-nos a vida eterna!
Até que um dia, muito tempo depois,
Esse mesmo homem cansado de Deus,
Resolve libertar-se.
De tanta dominação.
Esquecera seus medos passados,
E racionalmente fez sua nova libertação.
Homem e Deus agora,
Já não se ligavam mais.
A razão surgia como a Nova Deusa,
Pronta para todos os desafios,
Ávida por conhecimento e trabalho!
E não temia o medo.
Juntamente com a razão,
Veio o relógio,
Demarcando o tempo racional.
Cada segundo é marcado,
Em seu círculo viciado.
Delimitando o tempo,
Controlamos o passado,
Acabamos com o presente,
E organizamos o futuro.
Porém este rebelde,
Não se deixa domar.
Cada passo que damos,
É uma experiência inesperada.
Qualquer previsão futura,
É desbancada pelo próximo milésimo de segundo.
Ressurgindo assim nosso antigo amedrontamento.
O que será de nós no futuro?
Será que o sol se apagará?
Ou nos consumirá completamente?
Existindo apenas um,
E absoluto medo:
O medo do futuro.
Na realidade,
Não existe medo de barata,
E sim o medo de que ela voará,
Para cima de você.
Não existe o medo do escuro,
Mas o medo do que acontecerá,
Enquanto você estiver nele.
Não existe o medo da morte,
Mas o medo do futuro infinito,
Que espera por todos nós.
Por isso, Deus não é o medo,
Mas o futuro. E sua solução.
Muito mais que o próprio medo,
Tememos o futuro.
Por isso, atemorizados leitores,
Não temam o fim dessas palavras,
Pois elas não têm futuro!
terça-feira, junho 12, 2007
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