terça-feira, abril 26, 2005

Melhor Idade

Quando eu ficar velho,
Espero ter liberdade!
Para poder desfrutar,
O resto de minha vida, fora do mundo!

Tirar o peso que força meus ombros,
E flutuar pelo céu como nuvem!
Fontes de purezas gélidas,
Cortando o azul celeste.

Toneladas e toneladas,
De obrigações que recaem sobre meu dorso,
Enquanto ainda estou jovem.

Quando chegar a velhice,
Quero me sentir livre delas!

Não ter mais responsabilidades,
Com Deus,
Com a sociedade,
Com o país,
Com o trabalho,
Com as instituições,
Com os amigos,
Com a família,
Comigo.

Quero me sentir livre,
Da própria responsabilidade,
Que a liberdade traz!
Quero romper as barreiras da limitação.

Onde a escolha não é mais julgada,
Por seus fins! Muito menos por seus meios!
Pois ela não existirá.
Serei livre por não ter escolhas!

Quero ser puro azo,
No meio de dois universos!
Na ânsia de nunca ter vontade,
E no pensamento de não ter razão!

Mas infelizmente por este único detalhe,
Não serei livre definitivamente.
Tudo causado de uma abstração:
Homem animal racional!

Razão!
O ultimo junco antes da liberdade.
Aquele que conseguir nos livrar,
Será cativado pela loucura.

Aguardo que este seja eu,
A causar a única e ultima revolução!
Que nos dará o mais belo dos bens:
A paixão desmedida.

Quando eu ficar velho,
Espero estar louco,
Sem mais a palavra para me contradizer,
Apenas gestos desgovernados.

Somente como louco,
Conseguirei a liberdade,
Sei que não deixarei de ser.
Mas serei somente:
Poesia pura.